19/11/2019
Apesar de essencial para o diagnóstico do câncer de próstata, o exame de toque ainda é cercado de medos e preconceitos. Você já deve ter escutado uma piadinha sobre o check-up anual no urologista, ou conhece alguém que só descobriu a doença avançada por se recusar a passar pelo exame.
“O medo da dor, tanto física como simbólica, pode estar presente no imaginário masculino. (…) Ter ereção frente ao toque é outro medo. Ter ereção, que é uma possibilidade, pode fazer com que o homem pense que quem toca pode interpretar o fato como indicador de prazer. (…) Ficar descontraído, a pedido de quem faz o toque, para que o processo seja menos invasivo também pode trazer receios. O homem pode pensar que a sua descontração pode ser interpretada como sinal de que o toque nessa parte é algo comum e/ou prazeroso”, escreve o doutor em Saúde Pública Romeu Gomes no artigo Sexualidade masculina e saúde do homem: proposta para uma discussão.
Segundo uma pesquisa do Datafolha de 2018, encomendada pela Sociedade Brasileira de Urologia, e realizada com pessoas do sexo masculino acima dos 40 anos, 21% dos entrevistados dizem que, em geral, não fazem o exame por não ser “coisa de homem”; 48% acreditam que o público-alvo não faz o teste por machismo e 38% daqueles com mais de 60 anos, um grupo de risco, sequer acham relevante fazer o teste. O levantamento mostra que, apesar de ser o segundo tipo de câncer mais prevalente em homens, ainda faltam informação e desconstrução do machismo.
O urologista Rafael Rocha Vidal, do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, explica que o exame dura apenas dez segundos e se introduz entre cinco e oito centímetros do dedo, dependendo do paciente. Há uma parede que separa o reto da próstata, mas ela é fina e é possível sentir um tecido com consistência de uma bola de borracha, um pouco mole como a área entre a palma da mão e o pulso. “É super rápido, indolor, e o que eu mais escuto, quando acaba, é a surpresa do ‘ué, é só isso?’. Acho que o paciente não sente medo, é preconceito mesmo. Há um tabu de se colocar um dedo no ânus e o homem deixar de ser homem”, afirma o médico. Segundo ele, os pacientes sabem bem o que é o exame, mas o receio ainda é grande e, na maior parte dos casos, o homem só chega no consultório por insistência das esposas, que agendam as consultas e cobram o exame preventivo.
(Com Metropoles.com)
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