Cidade & Região
13/06/2023
"De Olho no Material Escolar" é apresentado em encontro com técnicos do Sistema FAESP/SENAR-SP
DA REDAÇÃO
O agronegócio ainda vem sendo apontado por parte da mídia como prejudicial ao meio ambiente, além de vários outros preconceitos baseados em informações incorretas. Isso acontece também na Educação, por meio dos livros didáticos, que contêm muitas informações distorcidas sobre a produção rural. Com o objetivo de entender as razões pelas quais isso acontece, o SENAR-SP e a Associação De Olho No Material Escolar (DONME) realizaram no final do mês de maio o encontro “Como a educação pode apresentar o agronegócio para as próximas gerações”, que teve a participação de representantes da DONME e de técnicos e diretores do Sistema FAESP/SENAR-SP.
A presidente da DONME, Leticia Jacintho, descreveu a respeito das distorções nos materiais usados pelos professores nas escolas e como trabalhar melhor os conteúdos escolares. “Através de uma percepção, e agora com embasamento científico, constatamos que a educação brasileira está muito distante da realidade do agronegócio. A ideia é construir pontes com a Educação, trazendo para o material didático fontes científicas, públicas e atualizadas”, disse Leticia. O embasamento científico a que ela se refere é o estudo da Fundação Instituto de Administração que analisou mais de 9 mil páginas de 94 livros didáticos de 10 editoras diferentes e verificou que os conteúdos referentes ao agro têm 60% mais citações negativas do que positivas. Isso porque, segundo ela, as fontes utilizadas para esses livros não são científicas, ou seja, não têm como base dados comprovados. Isso demonstra o distanciamento entre o setor rural e os professores, escolas, autores dos livros e editoras.
Mais do que um encontro para trocar ideias, o evento proporcionou a possibilidade de uma parceria entre as duas entidades para melhorar o cenário educacional em relação ao agro. O vice-presidente da FAESP, Tirso Meirelles, falou sobre a importância de melhorar o acesso dos jovens estudantes a informações corretas sobre o agronegócio. “Para termos jovens bem informados sobre a realidade da produção rural, o melhor caminho é a educação, dentro e fora da sala de aula. Iniciativas como a da DONME são fundamentais, assim como o trabalho de formação profissional e educacional do SENAR-SP. Tudo isso junto contribui para que o jovem sinta orgulho do agro e possa, no futuro, decidir escolher uma profissão no campo”, destacou Meirelles, que definiu a formação de um grupo de trabalho com técnicos do SENAR-SP para, junto com a DONME, estudar como pode se dar a parceria entre as duas entidades.
De um lado o SENAR-SP tem as cartilhas disponibilizadas online (https://faespsenar.com.br/sobre-o-senar/cartilhas/), enquanto a DONME tem também sua Agroteca (https://deolhonomaterial escolar.com.br/agroteca/), uma plataforma virtual com conteúdos científicos e atualizados sobre o setor rural, acesso livre e revisão por especialistas da ESALQ/USP que traz games, vídeos, exercícios, reportagens e livros – que foi lançada oficialmente ontem. Todo esse conteúdo valioso, junto, vai impulsionar ainda mais as possibilidades de ampliar o conhecimento dos estudantes tanto no ensino público quanto no privado.
Nesse contexto, a contribuição dos sindicatos rurais também será muito relevante para auxiliar a mudar a visão negativa que muitas pessoas têm do agronegócio. “A capilaridade do SENAR-SP, sua vocação na educação e profissionalização em conjunto com os sindicatos, trazem grandes possibilidades de uma parceria para transmitir os valores intrínsecos ao agro”, comentou a presidente da DONME. São 235 sindicatos rurais que alcançam todos os 645 municípios paulistas. O trabalho já vem sendo realizado no município de Morro Agudo, através do Sindicato Rural, que, junto com a DONME levou à Agrishow um grupo de alunos do Programa Jovem Agricultor do Futuro para atividades educacionais.
(Com informações FAESP/SENAR-SP)
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