Geral

16/04/2020

Demitido: Mandetta não é mais Ministro da Saúde

DA REDAÇÃO

“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Essa foi uma das frases que dita pelo Luiz Henrique Mandetta em uma coletiva de imprensa para anunciar sua demissão do cargo de Ministro da Saúde. 
O Ex-ministro anunciou sua demissão nesta tarde (16/4) por uma rede social, ele escreveu em seu Twitter: “Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar. Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país.”
Mandetta é também ex-deputado federal e dirige a pasta da Saúde desde janeiro de 2019, ou seja, do início de mandato do presidente Jair Bolsonaro. O ministro recebeu notoriedade principalmente com a pandemia do novo coronavírus e a forma como conduziu a pasta, recomendando o isolamento social horizontal e a quarentena, sempre reforçando a necessidade de o cidadão ficar em casa. O desgaste com o atual Presidente da República se deu principalmente com a visão de Bolsonaro de que os impactos na economia precisam ser muito mais considerados, além de uma possível mudança de orientação do executivo federal para o isolamento vertical, em que deveriam ficar em casa aqueles que pertencem ao grupo de risco, enquanto o restante voltaria ao trabalho normalmente. 
O ápice do desentendimento se deu em entrevista dada ao Fantástico no dia 12, em que Mandetta afirmou que a população não sabe “se escuta o presidente ou o ministro” em relação a medidas. 
O ex-ministro disse ainda em sua coletiva de despedida, para que os servidores “trabalhem para o próximo ministro assim como trabalharam para mim”, e que “nada tem significado que não seja uma defesa intransigente da vida, uma defesa intransigente da vida do SUS e uma defesa intransigente da vida da Ciencia[...], a ciência é a luz, é o iluminismos, é através dela que vamos sair”.
Também na tarde desta quinta-feira, Jair Bolsonaro comunicou em entrevista coletiva para a imprensa que “a reunião [com Mandetta] durou 30 minutos, e discutimos sobre a situação da pandemia, [a reunião] foi cordial e o ex-ministro aceitou participar de uma transição”. “Foi um divorcio consensual”. “A vida está em primeiro lugar, acima do ministro e do Presidente”, concluiu Bolsonaro. “Não condeno, não recrimino e não critico o Ministro”, continuou o Presidente.
Na sequência o presidente passou a palavra para Nelson Teich, médico oncologista que assumirá a pasta da Saúde. O novo ministro afirmou que “Não haverá qualquer mudança brusca”.

(Filipe Pinheiro)

 

Novo ministro da Saúde, Nelson Teich é ligado ao bolsonarismo

Anunciado hoje (16) no lugar de Luiz Henrique Mandetta (DEM) no Ministério da Saúde, o oncologista Nelson Teich disse que existe um "alinhamento completo" entre ele e Jair Bolsonaro (sem partido), descartou "definições bruscas" no isolamento social e falou em um "grande programa de teste" de covid-19 no país.
"Esse programa de teste vai ter que envolver o SUS, a saúde suplementar, a iniciativa do empresariado. Tem que fazer um grande programa, definir a melhor forma: como vai fazer a amostra? Que tipo de teste? Para paciente sintomático ou assintomático? Isso vai gerar uma capacidade de entender a doença".
O raciocínio do ministro é: com mais exames "o mais rápido possível", será possível definir estratégias para retomar à normalidade — pedido feito por Bolsonaro no discurso em que anunciou a saída de Mandetta e a chegada de Teich.

(Com Uol)

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