19/04/2018
DA REDAÇÃO
A economia brasileira deve crescer 2,3% em 2018, e mais 2,5% em 2019, segundo previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em relatório divulgado na terça-feira (17). É uma melhora em relação ao crescimento registrado em 2017, de 1%.
Além disso, são percentuais maiores do que os previstos anteriormente pelo FMI. Em outubro do ano passado, o organismo internacional estimava uma taxa de crescimento de 1,5% para 2018, e de 2% para 2019. Em janeiro, elevou as estimativas. Agora, aumentou pela segunda vez.
De qualquer forma, a perspectiva de crescimento brasileiro está bem abaixo da média global, de 3,9% em 2018, e mais 3,9% em 2019. Os dados fazem parte do World Economic Outlook, do FMI, lançado periodicamente com previsões e recomendações para a economia mundial.
Para o FMI, a reforma da previdência é uma prioridade para garantir a sustentabilidade das contas do governo brasileiro no longo prazo. Porém, o órgão sinaliza que "incertezas políticas abrem espaço para riscos na implementação de reformas ou mesmo a possibilidade de reorientação de agendas políticas, inclusive no contexto das eleições, em diversos países, como o Brasil" - essa mesma observação já havia sido feita em janeiro.
Já na vertente social, o FMI afirma que o Brasil e os demais emergentes têm oportunidade de tornar o crescimento mais inclusivo e reduzir a desigualdade. Para isso, o país deveria aumentar os impostos sobre a renda de indivíduos e reduzir impostos indiretos (já embutidos nos preços e, portanto, cobrados igualmente de todos os compradores, pesando mais no bolso de quem tem menos dinheiro).
O relatório fala genericamente dos países emergentes e não especifica exatamente o tipo de imposto sobre a renda a que se refere. No Brasil, a principal incidência desse tipo de taxação é sobre a renda do trabalho, que entra no IR - e que poderia sofrer alterações, por exemplo, nas alíquotas ou nas faixas de renda em que são aplicadas. Mas há ainda outras modalidades, como os rendimentos de lucros e dividendos recebidos por pessoa física, que são isentos de tributação no país.
O relatório do FMI também sugere que os emergentes aumentem a transferência de renda para grupos mais pobres por meio de programas como o Bolsa Família. Segundo o organismo internacional, esses programas podem reduzir as desigualdades no curto e também no médio prazo, já que exigem contrapartidas de quem recebe o benefício. No Bolsa Família, por exemplo, as crianças precisam ir para a escola e ter as vacinas em dia.
(BBC Brasil)
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