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13/10/2023

Professores decidem voltar às aulas e greve na USP começa a perder adesão

DA REDAÇÃO

Pela primeira vez em três semanas, a greve de estudantes na Universidade de São Paulo, iniciada em 20 de setembro, perdeu adesão e algumas faculdades paralisadas ou com piquetes já retomarão as atividades na segunda-feira (16). A desmobilização começou na noite de terça-feira (10), quando a Associação de Docentes da USP (Adusp) e alunos de ao menos cinco faculdades (Direito, Poli, Odontologia, Economia/Administração e o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) decidiram encerrar o movimento, horas depois de a reitoria da USP publicar uma carta com 24 compromissos, visando a atender as principais demandas dos grupos grevistas.

Em carta publicada depois da assembleia, os professores reconheceram que as negociações com a reitoria "promoveram avanços", como o anúncio da contratação de mais docentes - uma das principais pautas do movimento estudantil -, a garantia de que a USP não vai fechar nenhum curso por falta de profissionais e também a promessa de que nenhum dos grevistas sofrerá represálias em virtude dos protestos. Antes disso, o reitor, Carlos Gilberto Carlotti Junior, fez um pronunciamento para apresentar a lista de compromissos. Entre eles estão a contratação de 1.027 novos professores e o aumento no número de bolsas disponíveis para ajudar na permanência de estudantes de baixa renda na universidade.

Segundo Carlotti, as 1.027 novas vagas "representam o maior programa de contratação já realizado numa universidade brasileira" e a ampliação das bolsas mostra a "boa vontade" da reitoria em negociar. "Então, vamos voltar às aulas, às pesquisas e às nossas rotinas, é isso que a sociedade espera de nós", pediu. "No nosso brasão está escrito: com a ciência, vencerá. Com a ciência, o conhecimento e o diálogo, a USP vencerá."

A greve teve início na FFLCH no dia 20 e rapidamente ganhou a adesão de outras faculdades, incluindo a Escola Politécnica (Poli-USP) e a Medicina. Os alunos ocuparam os prédios das faculdades e passaram a controlar o acesso desses espaços por meio de piquetes, com a intenção de impedir que professores e alunos contrários ao movimento realizassem as aulas normalmente. Estudantes e docentes que não apoiaram a greve relataram ao Estadão que sofreram ameaças em virtude do posicionamento divergente dos manifestantes.

DIVERGÊNCIA

Nos últimos dias, professores da FEA e do Direito já tinham pedido publicamente, em cartas, que os alunos voltassem às aulas, alegando que as reivindicações já haviam sido atendidas. "Cada dia sem aula na USP é para mim um dia triste e difícil. Uma universidade como a nossa não pode parar", afirmou Carlotti.

Na quarta-feira (11) foi feita uma assembleia promovida pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), que não apresentou resultado até as 21 horas. Nas primeiras discussões, grande número de cursos ainda defendia a continuidade do movimento. Os estudantes de Letras, que iniciaram as paralisações, já haviam votado, também em assembleia anteontem, pela permanência na greve e seguem paralisados até segunda ordem, disse Amanda Coelho, do Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e Literários Oswald de Andrade (CAELL). "Faremos nova assembleia de curso na terça que vem."

Já o centro acadêmico XI de Agosto, do curso de Direito, confirmou à reportagem que os alunos definiram pelo encerramento da greve e também pela desmontagem dos piquetes que impediam o acesso ao prédio no Largo de São Francisco, centro da capital. As aulas na unidade devem retornar na próxima segunda-feira. O mesmo vale para a Faculdade de Economia, Administração, Ciências Contábeis e Atuárias (FEA). "Continuemos mobilizados para que possamos garantir avanços nas reivindicações", escreveu o Centro Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC), em suas redes sociais. O Centro Acadêmico do IAG (Caiag) também confirmou retorno às atividades na próxima semana.

O QUE FICA EM ABERTO

Os professores identificaram que, "mesmo com os reconhecidos avanços, ainda há aspectos que podem comprometer a solução de problemas relacionados à falta de docentes", afirmaram na carta oficial da Adusp, em que seguem apoiando as decisões dos estudantes. Entre os aspectos elencados estão: a admissão automática de profissionais para preencher as vagas de docentes aposentados, exonerados e falecidos, e que em processos seletivos também sejam reservadas vagas para pessoas pretas, pardas e indígenas, além de respeitar a paridade de gêneros e a inclusão de pessoas trans.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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