13/07/2023
O total de pessoas que passam fome no Brasil chegou a 10,1 milhões no ano passado, o que representa 4,7% da população, segundo dados do relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, divulgado nesta quarta-feira, 12, pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O número é inferior ao registrado pelo 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), com execução em campo do Instituto Vox Populi, Ação da Cidadania, ActionAid Brasil, Oxfam, entre outras instituições. Esse levantamento apontou, no ano passado, que 33,1 milhões de brasileiros não tinham o que comer.
No mundo, de acordo com o documento da ONU, são entre 690 milhões e 783 milhões de pessoas (entre 8,7% e 9,8% da população do planeta) com fome. Apesar de a fome global ter estagnado nos últimos dois anos, ela ainda atinge 122 milhões de pessoas a mais do que antes da pandemia de covid. Segundo o relatório, o aumento dos preços dos alimentos e da energia, intensificado pela guerra na Ucrânia, dificultou que houvesse um progresso significativo nos últimos anos.
Na comparação com dados registrados entre 2004 e 2006, o total de brasileiros que passam fome diminuiu. Na época, eram 12,1 milhões, ou 6,5%.
A insegurança alimentar no País, porém, vem crescendo e atingiu 70,3 milhões de brasileiros (32,8% da população) entre 2022 e 2022. Entre 2014 e 2016, eram 37,6 milhões. A insegurança alimentar severa mais que quintuplicou nesse intervalo, passando de 4 milhões para 21,1 milhões, ou de 1,9% para 21,1%.
No mundo, a prevalência de insegurança alimentar alcançou 29,6% da população, ou 2,4 bilhões de pessoas. Dessas, 900 milhões sofrem de insegurança severa.
A ONU estima que 600 milhões de pessoas ainda passarão fome no mundo em 2030. São 119 milhões a mais do que haveria se não tivesse ocorrido a pandemia nem a guerra na Ucrânia. O órgão espera que haja uma redução da fome na Ásia nos próximos sete anos. Na América Latina e no Caribe, não deve haver progresso, enquanto, na África, o número de pessoas sem ter o que comer deve crescer significativamente.
(Com Estadão Conteúdo)
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