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19/07/2022

Recuo na gasolina alivia a inflação, mas a pressão segue nos alimentos

A redução dos preços da conta de luz, da gasolina e do etanol após a ação do governo federal para reduzir tributos - tanto federais quanto estaduais - já produz os primeiros alívios na inflação ao consumidor, mas o encarecimento de outros itens, como alimentos, poderá atrapalhar a sensação positiva, mostram dados divulgados nesta segunda-feira, 18.

O preço médio semanal do litro da gasolina no Brasil acumulou a quarta queda consecutiva, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Baixou 6,5% em média na semana de 10 a 16 de julho, para R$ 6,07 o litro. Novas reduções deverão vir, já que São Paulo e Minas Gerais anunciaram ontem corte no ICMS sobre o etanol. A tarifa de eletricidade residencial recuou 2,29% no Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana de julho, divulgada ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ajudando o indicador a ficar em 0,24%.

Como contraponto, no Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de julho, também divulgado ontem pela FGV, o grupo Alimentação foi a única das oito classes de despesa que acelerou em julho. Na média, subiu 1,48%, ante 0,42% em junho. O item "laticínios" saltou 8,81%. O leite longa vida ficou 16,74% mais caro.

Ainda assim, a expectativa é de deflação (queda de preços) em julho. Graças às desonerações, economistas do mercado preveem queda de 0,46% no IPCA (o índice oficial de inflação) de julho, conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado ontem pelo Banco Central - um mês atrás, antes da definição sobre a redução de tributos, apontava para alta de 0,43%.

André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, acredita que a queda nos índices de preços ao consumidor poderá chegar a 1,0%, em julho, "mas será muito concentrado em energia e gasolina". Os índices agregados recuam porque os combustíveis e a conta de luz, juntos, respondem por cerca de 10% da cesta de compras média, lembra Braz.

Mesmo assim, há riscos à frente. O principal está associado à perspectiva de alta do dólar. Para combater a maior inflação em 40 anos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vem subindo os juros, o que tende a atrair os fluxos de capital globais para os EUA, encarecendo o dólar no mundo todo. Por aqui, a alta pode ser turbinada por perspectivas de aumento no desequilíbrio das contas do governo, lembra Braz.

Dólar preocupa

Uma alta mais expressiva do dólar moderaria o alívio com a queda nas cotações internacionais das matérias-primas - como minério de ferro, trigo, soja e milho e petróleo. O câmbio afeta os preços dos alimentos - milho, soja, trigo e carnes são cotados em dólar, mesmo o Brasil sendo grande produtor. E os preços de alimentos afetam, principalmente, os orçamentos das famílias de menor renda, o que, diz Braz, poderá fazer com que o alívio nos combustíveis seja mais sentido entre as famílias de maior renda, que têm carro particular.

Economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Maria Andreia Lameiras observa que, além de eventual alta do dólar, há risco na retomada do setor de serviços no pós-pandemia, na esteira da recuperação da massa salarial. Com negócios como bares e restaurantes voltando a funcionar normalmente, os preços desses serviços poderão subir. (Com Estadão Conteúdo)


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