24/12/2021
Memórias do Carboni: Só é bom para o turista
No inverno, quando a televisão exibe aquela reportagem mostrando a neve caindo em algumas cidades da região sul, centenas de turistas se assanham em ir lá conhecer. É bem verdade que deve ser uma experiência gratificante ver e sentir uma paisagem e uma temperatura bem diferente, mas e quanto ao morador local, o que será o que ele pensa? O turista dorme em camas super confortáveis, instalados em hotéis ou pousadas com calafetação, café da manhã bem sortido, sopinha quente, vinho e demais comidas e bebidas reconfortantes. Para um bate-papo alojam-se ao lado da lareira apreciando um fundue. Quando saem à rua para ver, apreciar e até rolar na neve usam grossos casacos apropriados, botas impermeáveis, gorro, cachecol e luvas. Para parecerem mais charmosos e também para proteção dos olhos, usam óculos escuros. Não precisam seguir um cronograma rígido para fazer alguma coisa a não ser obedecer a recomendação dos metereologistas sobre o horário da provável e esperada nevada. Ao cabo de três a sete dias encerram a visita e vão-se embora, muitos até dizendo que gostariam de morar naquela cidade. Só que essa é a opinião dos turistas, mas e a opinião do morador local que tem de enfrentar aquela estação com temperaturas às vezes até abaixo de zero grau e sem a proteção das indumentárias do turista? Quem deve ficar bem contente são os proprietários de hotéis e pousadas, restaurantes, bares, empresários do ramo cultural, artístico, turístico, e é claro, as dezenas de pessoas que tem a oportunidade de trabalhar nesses locais, nem que seja um emprego temporário. Mas, aquele povão que tem de levantar de madrugada, enfrentar as filas dos coletivos e voltar a noite para casa e nem tem tempo para apreciar a neve. Nos hotéis ou pousadas existe o serviço de lavanderia, onde o hóspede tem apenas de encaminhar suas roupas “sujas” para pouco depois recebê-las de volta, lavadas e perfumadas. Ao final das refeições, o único esforço é levantar-se da cadeira, já que o garçom recolheu os talheres e levou para a cozinha para uma funcionária lavar. Enquanto isso, nas casas, que na sua maioria, não conta com os benefícios da calefação, as mulheres (e alguns homens também), tem de fazer esses serviços na água gelada mesmo, isto se ela não estiver congelada nos canos. Quem trabalha em locais abrigados, como fábrica ou escritório, ainda são felizardos, mas quem trabalha no campo, na produção de frutas e legumes, esse pena bastante. Chegar ao pomar ou a horta e ver a produção queimada pelo gelo, dói no corpo, no bolso e na alma. Ver o capim queimado pelo frio e os animais passando fome e ter de enfiar a mão no bolso para comprar ração não é fácil. Tirar leite das vacas e manipular ferramentas sem luvas, deve ser bem difícil. É vem verdade que o ser humano se adapta aos rigores do clima da região onde mora, tanto os beduínos do deserto árido e seco, como os esquimós do deserto úmido e frio do Ártico, mas nas regiões temperadas como o sul do Brasil, as variações do clima não permitem se adaptar a uma ou outra temperatura rapidamente. A foto é no Estádio Municipal, no Campeonato Amador de 1991.
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